Eu quis que aquela mensagem fosse sua.

Um dia eu quis tudo.

Um dia eu quis um abraço apertado (de urso), um beijo roubado, um sussurro ao pé do ouvido, três palavras, um almoço no japonês perto da faculdade, um passeio de bicicleta, um risoto, um filme, um edredom dividido, uma cama de solteiro apertada demais para nós dois, uma massagem no pescoço, sua voz, seu corpo perto no frio de agosto, seu sorriso sacana, olhos distantes e embriagados que ficam sóbrios só por mim, olhos focados nos meus, nossas piadas internas, vários xingamentos, muitas mordidas e outro beijo. O dia passou.

Um dia eu quis só mais um abraço antes de ir embora, uma saída qualquer, nosso cinema vazio, o gosto de suco de laranja na sua boca, mãos dadas, beijos na curva do seu pescoço, outros no meu nariz, suas bochechas fofas, um carinho na cabeça e seu colo quando eu chorei pelo meu vô. O dia se foi.

Um dia eu quis sexo, outro eu quis amor. Não tive nenhum dos dois.

Um dia eu quis o que você quisesse me dar, porque eu só queria você, de qualquer jeito. Passou.

Um dia eu quis um cumprimento ao entrar no elevador e uma conversa saudosa quando eu chegasse em casa. Nos esquecemos de chamar e a janela do facebook ficou lá, vazia.

Um dia eu quis um oi. Tchau.

Um dia eu quis menos. Depois, menos ainda. Então chegou o dia que de você eu não queria nada… e pelo menos isso eu sempre tive.

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